domingo, 9 de novembro de 2014

Movimento nos portos do Ceará vai saltar 24%


Os portos do Ceará devem fechar 2014 com aproximadamente 14 milhões de toneladas (t) de cargas movimentadas, sendo 5,1 milhões por meio do Mucuripe e 8,8 milhões via Pecém. Se concretizado, o número representará um aumento de quase 24% em relação a 2013, quando passaram pelos dois terminais cerca de 11,3 milhões de t.

O desempenho do Ceará está bem acima da média brasileira, considerando que projeções feitas recentemente pelo governo federal demonstram uma taxa de crescimento anual da movimentação de cargas de 5,7%, até o ano de 2030.

"É um número bastante expressivo para um Estado como o nosso. Se compararmos o PIB (Produto Interno Bruto) e a movimentação de cargas do Ceará com o PIB e a movimentação de São Paulo, por exemplo, teremos a dimensão da nossa representatividade", destaca o presidente da Companhia Docas do Ceará, Mário Jorge Cavalcanti.

Na manhã de ontem, ele foi à abertura do IX Seminário Internacional de Logística e da Feira Nacional de Logística (Expolog), realizados até amanhã no Centro de Eventos do Ceará.

"Em relação a 2002, quando as cargas no Mucuripe e Pecém somaram 3,4 milhões de toneladas, a alta neste ano será 300% maior. Isso é fruto de investimentos, nos últimos anos", diz.

Logística complexa

Representantes dos setores público e privado, de entidades ligadas direta ou indiretamente ao setor de logística, participam dos debates do seminário. Quem abriu os trabalhos do evento foi o ministro-chefe da Secretaria Especial de Portos (SEP), César Augusto Borges.

"O governo federal vem dando atenção especial à logística do País, incluindo todos os modais, como o rodoviário, ferroviário e aeroportuário. Mas, no Brasil, o setor portuário é responsável por 95% da entrada e saída de mercadorias. A logística nacional é altamente complexa, mas estamos crescendo, apesar dos pessimistas", diz, destacando os investimentos feitos.

A palestra girou em torno da Lei 12.815/2013, conhecida como a Nova Lei dos Portos. César Borges falou das linhas de investimento para expandir a capacidade portuária: Programa de Arrendamento Portuário; processo de autorização de terminais de uso privado; reequilíbrio e prorrogação de contratos de arrendamento pós-1993; Plano Nacional de Dragagem; e obras de infraestrutura. Com relação ao Programa de Arrendamento Portuário, o ministro disse que serão investidos em terminais brasileiros R$ 15,8 bilhões, aumentando a capacidade em 219 milhões de toneladas por ano.

Trabalho conjunto

"Não devemos trabalhar com uma dicotomia entre público e privado, pois os dois setores podem trabalhar juntos", destaca, informando que, atualmente, 36% dos portos brasileiros são públicos e 64% privados.

Segundo ele, o objetivo dos terminais de uso privado é promover a expansão rápida do investimento e da oferta de infraestrutura e a pressão competitiva sobre os portos públicos. O governo federal já autorizou 164 terminais, dos quais 131 estão em operação. Mais 34 contratos deverão ser assinados.

No que se refere às obras, César Borges informa que os investimentos do Programa (PAC) de Aceleração do Crescimento vinculados ao setor somam aproximadamente R$ 7 bilhões. Deste valor, R$ 1,88 bilhão foi aplicado em obras já concluídas; R$ 690 milhões foram do PAC Copa; R$ 1,7 bilhão está sendo investido em obras em andamento; e R$ 2,8 bilhões serão destinados a serviços com previsão para começar no próximo ano.

Investimento em obras no Estado soma R$ 300 mi

Os investimentos feitos atualmente em obras de infraestrutura portuária no Ceará somam quase R$ 300 milhões, de acordo com dados divulgados pela Secretaria de Portos da Presidência da República. Deste valor, R$ 33 milhões são para modernizar o Porto do Pecém, além de R$ 32 milhões para a primeira fase do terminal de contêineres, e R$ 224 milhões para o novo terminal de passageiros do Porto do Mucuripe.

A modernização do Pecém envolve: novos sistemas de geração de energia; de pesagem de carga; de scanner; novas áreas para cargas perigosas; e outras instalações. Até agora, 85% das obras foram concluídos.

Já o terminal de contêineres engloba a adequação da pavimentação do pátio de estocagem com 150 mil metros quadrados. As obras devem acabar em março de 2016.

Mucuripe

No Mucuripe, além do terminal de passageiros, o dinheiro foi destinado à construção de um cais com berço para múltiplo uso, pavimentação e urbanização de via interna de acesso, estacionamento e pátio. Estima-se que tudo fique pronto até janeiro de 2015.

Há, ainda, recursos previstos para a dragagem de aprofundamento no Porto do Mucuripe. O investimento total é de R$ 97 milhões. A licitação é em bloco e inclui o Porto de Maceió.

As propostas das empresas participantes do certame serão abertas no próximo dia 18 de dezembro. (RS)

Fonte: Portos&Navios

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